ESTADO E O MAIOR DO PAIS EM ATAQUES A AGENCIA DE BANCOS

RN é o segundo do país com maior aumento de ataques às agências bancárias

A situação crescente de assaltos é alarmante para setor bancário do estado
 
Bandos estão usando arma de grosso calibre e explosivos em suas ações
Rio Grande do Norte ficou na segunda colocação dos Estados que apresentaram maior aumento no número de assaltos a agências bancárias em comparação entre os anos de 2012 e 2013. Os dados foram apresentados na 6ª Pesquisa Nacional de Ataques a Bancos, que foi elaborada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV) e Federação dos Vigilantes do Paraná (Fetravisp). 

De acordo com os números, em 2012, 29 ataques foram registrados no RN, já em 2013 foram 88, um aumento de 203,45%, que fez com que o Estado pulasse do 18º para o 11º lugar no ranking de número de ocorrências. Em relação ao aumento de ataques, o Rio Grande do Norte ficou atrás apenas do Piauí, que registrou 235,29%, passando de 17 em 2012 para 57 em 2013. A pesquisa dividiu as ocorrências em dois tipos, assaltos (ou tentativas de assalto) e arrombamentos (ou tentativas de arrombamento). Em 2013, o número de assaltos no RN foi de 27 (17 em 2012) e o número de arrombamentos foi de 61 (12 em 2012). 
Em 19 dessas ocorrências os bandidos usaram explosivos para terem acesso ao dinheiro contido dentro dos caixas eletrônicos, principais alvos das quadrilhas, sobretudo nos municípios do interior do Estado, onde o policiamento é menor. Conforme os dados oficiais do Comando Geral da Polícia Militar, além dos explosivos, os bandidos também apelaram para o uso de maçaricos em 23 ocorrências, algumas delas sem sucesso por causa da ação dos militares, que conseguiram chegar a tempo de evitar o roubo. Além disso, operações policiais realizadas nas divisas com os estados do Ceará e Paraíba também colaboraram para evitar que o número de ataques fosse maior, segundo o comandante geral, coronel Francisco Canindé de Araújo. 

Este ano, já aconteceram 10 casos de ataques, entre bancos e caixas eletrônicos. O que mais chamou atenção foi o que aconteceu no dia 12 de março, em Alto do Rodrigues, distante 200 quilômetros de Natal. Na ocasião, um grupo de aproximadamente 15 homens invadiu a cidade por volta das 1h45. Utilizando explosivos eles chegaram ao Banco do Brasil e pegaram o dinheiro de dois dos cinco caixas da agência. Alguns membros do bando ficaram vigiando a entrada da cidade e outra parte ficou em frente à delegacia do município, sempre se comunicando através de rádios. Acuados, os dois PMs que estavam de plantão não tiveram como reagir. Não satisfeitos com o roubo, os suspeitos ainda saíram pelas ruas de Alto do Rodrigues atirando em residências e também no carro do gerente da agência. 

De acordo com o coronel Araújo, a maior responsabilidade nesses casos é das próprias empresas. “O banco é uma instituição financeira de iniciativa privada. Então é de responsabilidade dos próprios bancos reforçar essa segurança. A Caixa é de responsabilidade da Polícia Federal. A PM não tem condições de manter uma viatura em cada banco e cada caixa eletrônico. Fazemos uma segurança ostensiva em toda a cidade. Temos feito reuniões com os outros órgãos, como Polícia Civil e Polícia Federal para tentar inibir essas ações. Mas os bancos também precisam assumir essa responsabilidade de reforçar a segurança”. 

Dados no Brasil 

Em todo o Brasil, o número de ataques a agências em 2013 cresceu 16% em relação a 2012. São Paulo foi o Estado que apresentou um maior número de ocorrências (768), porque detém o maior número de estabelecimentos bancários. O aumento foi de 56% ante 2012. Na segunda posição aparece Minas Gerais com 314 ataques e aumento de 4,32%. Em nove Estados, houve recuo, com destaque para o Mato Grosso (-76,22%) e um total de 44 casos. 

A pesquisa será encaminhada para o ministro da justiça, José Eduardo Cardozzo. “Os bancos não podem seguir tratando os arrombamentos como problema de segurança pública, uma vez que acontecem por causa das instalações vulneráveis de seus estabelecimentos e provocam uma sensação de medo e insegurança em trabalhadores e clientes. Vamos cobrar providências do ministro para combater as mortes e os ataques a bancos, que ocorrem por negligência, uma vez de que eles preferem fazer a gestão do lucro em detrimento da proteção da vida de trabalhadores e clientes”, alertou o diretor da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, Ademir Wiederkeh. 

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