PERIGO NA COPA
VÍRUS EBOLA A CAMINHO DA COPA ... MINISTÉRIO DA SAÚDE ESCONDE O RISCO ????
O vírus do Ebola, que até segunda-feira terá
matado 95 das 151 pessoas suspeitas de estarem infetadas na Guiné
Conacri, é uma doença contagiosa, sem cura nem vacina, que tem uma taxa
de mortalidade de até 90%.
O surto está a ser acompanhado “muito seriamente” pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), que embora reconheça haver já casos confirmados
na Libéria, sublinha que todos eles têm aparentemente origem no sudeste
da Guiné Conacri, onde tudo começou, pelo que ainda não se pode
considerar uma epidemia. Já a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF)
alerta que o surto “não tem precedentes” na forma como os casos estão
espalhados por locais com quilômetros de distância entre eles.
A doença, de origem viral, tem como sintomas iniciais uma febre alta, de
quase 40 graus, fraqueza intensa, fortes dores de cabeça, dores
musculares e de garganta, segundo a OMS.
Numa fase subsequente surgem os vômitos, a diarreia e, em alguns casos, hemorragias interna e externa.
A febre hemorrágica de Ebola, uma das doenças mais mortíferas para o
homem, transmite-se os humanos através de contacto com animais
infetados, incluindo chimpanzés, morcegos e antílopes, e espalha-se
entre humanos através do contacto com sangue, saliva ou outros fluídos
corporais infetados, bem como com ambientes contaminados.
Até o funeral de uma vítima de Ebola pode ser um risco se houver
contacto direto com o cadáver e mesmo as pessoas que sobrevivem podem
continuar a disseminar a doença até sete semanas após recuperarem.
Uma das características mais perigosas da doença é que o período de
incubação pode ser de dois a 20 dias e o diagnóstico é difícil. Por
isso, uma pessoa infetada pode andar quase três semanas a disseminar a
doença sem o saber e até viajar, levando o vírus para outros destinos.
Este risco aumenta quando se sabe que o surto atual, inicialmente
localizado em Nzerekore, uma zona remota no sul da Guiné Conacri, já foi
detetado na capital do país, onde há um aeroporto com ligações aéreas
para a Europa e a África ocidental.
MORTES
Também já morreram quatro pessoas na Libéria e a Serra Leoa já registou
cinco casos suspeitos, embora nenhum tenha ainda sido confirmado. A
localidade de Geuckedou parece ser até agora a mais afetada, com mais de
metade dos casos de infeção e de mortes. O vírus foi detetado pela
primeira vez em 1976 em dois surtos simultâneos no Sudão e na República
Democrática do Congo. Desde 1976, o Ébola causou a morte de pelo menos
1.200 pessoas, dos 1.850 casos detetados. Os surtos mais fortes
registaram-se na República Democrática do Congo, em 1976 (318 casos),
1995 (315 casos) e 2007 (264 casos), no Sudão, em 1976 (284), e no
Uganda, em 2000 (425 casos).
Os surtos surgem normalmente em aldeias remotas da África central e
ocidental, junto a florestas tropicais, pode ler-se no site da OMS.
Neste momento, o vírus do ébola, que tem cinco estirpes distintas, só
existe no continente africano, mas já houve casos nas Filipinas e na
China. Para evitar o contágio humano, a OMS recomenda evitar o contacto
com morcegos e macacos e o consumo da sua carne crua, assim como evitar o
contacto físico com pacientes infetados, em particular com os seus
fluidos corporais. Os profissionais de saúde estão em risco acrescido,
sobretudo porque os sintomas iniciais são pouco específicos e podem ser
associados a outras doenças, como a malária. Após uma eventual infeção,
pouco se pode fazer, já que não há vacinas nem tratamentos, restando
apenas a hidratação do doente com soluções com eletrólitos ou a
administração intravenosa de fluidos.
Segundo os MSF, este surto é provocado pela estirpe mais agressiva e
mortífera do vírus, que mata mais de 90% dos doentes. Desconhece-se que
fatores permitem a alguns doentes sobreviver enquanto os outros
sucumbem.
Questionado se alguma medida seria tomada no período da Copa do Mundo, época que o país receberá muitos estrangeiros, o Ministério da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que "o ebola é um surto localizado apenas na África e a OMS tem acompanhado a evolução do surto diariamente".
O ministério lembrou ainda que a própria OMS não pediu, até agora, para que as pessoas evitem viajar àquela região africana, devido ao surto do vírus, e que não há razão para "causar nenhum alarde"
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