AGENDA POLITICA

DILMA PRECISA DE RESPALDO POPULAR PARA AVANÇAR COM AGENDA POLÍTICA.

Vou iniciar minha crítica pela parte do texto a que fui mais sensível. "O maior desperdício do país não é de água jogada fora. É de ideias desperdiçadas." Isso foi uma estocada! talvez pra despertar do idílio pelo Dia das Mães e lembrar que esse dia a gente atende também o mercado. Ele sempre presente!
Não há como discordar: os três principais candidatos estao fazendo a velha política. Nada de novo na forma. Mas acho que você está sendo duro demais. Porque há também responsabilidade da parte da sociedade que quer mudança, mas que muito mal se organiza e quando se organiza, muito mal negocia ou apresenta sua pauta. Na minha visão a mudança que desejamos na política só vai acontecer quando nós formos os protagonistas.
Circulou ano passado uma entrevista do Lula muito interessante. Sem ser precisa, ele diz, sem pudores, que precisamos de uma constituinte exclusiva, pois nao vamos esperar mudança por parte daqueles que têm interesse na perpetuaçao da coisa, né?! Ele está certíssimo e o resultado das manifestações do ano passado, sob a minha visão, só servem pra confirmar isso.
Não pretendo convencer que a Dilma não esteja comprometida com mudança. Ao contrário, eu acho que ela está, só não tem respaldo político para isso. E esse respaldo teria que vir da sociedade. Mas não vem. E acredito que não vem justamente porque não percebemos que ela é única possibilidade de mudança.
Veja bem, não acho que com ela haverá infalivelmente mudança, porque se fosse tão simples e dependesse só da voltade dela, já teríamos uma nova forma de fazer política. O que tento dizer é que com ela há sim possibilidade. E acho que ela lançou manifesto nesse sentido, ano passado com a sugestão da constituinte e na manifestação de primeiro de maio, mas não colaram porque ela não saiu daquele modelo de política que esperamos. Estamos na seguinte encruzilhada: dizemos, "olha só, mude que mudamos pra você". Enquanto ela tenta nos dizer, "olha só, eu só consigo mudar se você estiver comigo". ou seja, cada lado espera que o outro resolva.
Enfim, saímos às ruas reivindicando. Dilma acenou com mudança, mas deixou claro, "isso só pode vir com uma constituinte. Vamos fazer uma reforma pontual na constituiçao?" Quem não queria mudança e tem um poder maior porque conta com maior visibilidade, gritou, e todos que estavam na ágora se recolheram. E a grande maioria, convencida de que a Dilma era golpista, voltou-se contra ela. A pressão foi imensa. Ela voltou atrás nas ideias e atendeu aos interesses do capital. A Selic subiu na medida inversa da falta de apoio.

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