HENRIQUE ALVES TEM FICADO COM OS DOIS LADOS DA POLÍTICA DOS MUNICÍPIOS.

Acossado por duas representações do Ministério Público Eleitoral que o acusa de propaganda antecipada, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, foi bastante cauteloso ao tratar da eleição deste ano em entrevista ao jornal Tribuna do Norte, do qual é presidente.
Em nenhum instante ele foi tratado sequer como pré-candidato ao governo. Tampouco falou sobre alianças ou partidos. Henrique abordou apenas a necessidade de mudança na forma de governar o Rio Grande do Norte.
O presidente da Câmara dos Deputados deu entrevista como presidente da Câmara dos Deputados.
Henrique discorreu sobre a CPI Mista da Petrobras - jurou de pés juntos que é a favor; sobre uma "pauta bomba" - extinção da taxação de inativos e projeto da micro e pequena empresa; sobre o compromisso de Moreira Franco (Aviação Civil) com o aeroporto regional em Mossoró; obras de mobilidade; e teceu comentários sobre a falta de diálogo no governo de Rosalba Ciarlini - em quem não votou, ele fez questão de ressaltar.
Henrique Alves nem pareceu pré-candidato ao governo estadual. Indicado pelo PMDB e ungido por quase duas dezenas de partidos, o experiente deputado vai aguardar as convenções para colocar o bloco na rua de verdade.
Nos bastidores, sabe-se que a história é diferente. Ao lado dos demais aliados (João Maia, Wilma de Faria, Carlos Eduardo, Ricardo Motta, Rogério Marinho e e José Agripino), Henrique tem trabalhado para evitar qualquer apoio a Robinson Faria (PSD), pré-candidato ao governo.
Geralmente, numa eleição polarizada, um candidato fica com um lado da cidade e seu adversário com o outro. Henrique e sua turma têm buscado fechar os espaços para Robinson. A ordem é pegar tudo. Não deixar qualquer apoio solto ao vento.
Já ocorre situação que Robinson não conta com nenhum dos lados. O pré-candidato do PSD sequer tem palanque em alguns municípios. Não está sobrando nada.
O desafio é grande para Robinson. Só lhe resta apostar no 'carisma' e no discurso contra o acordão. Afinal, o poder estabelecido está nas mãos de Henrique Eduardo Alves.

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